terça-feira, 1 de julho de 2008

Ça balance...


Os meus mails são actualizados 956 vezes por dia, ao ponto de a minha tecla "F5" estar mais gasta que as outras. E estas 956 vezes são justificadas pelo facto de estar à espera de UM mail. O mail que vai decidir dois anos da minha vida. Pois é, os mails não se medem aos palmos.
Claro que os senhores de Sciences Po não estão a par do meu stress. Até este momento, aliás, ninguém estava a par do meu stress. Nem eu estava a par do meu stress. As palavras de indiferença e as frases de total desliganço da questão, género "Estou a candidatar-me a um Mestrado em Paris..." (bons objectivos, bons objectivos, pessoa aberta ao internacional e com vontade de continuar a aprender), "...mas já sei que não vou entrar"; seguidas de: "estatísticas, políticos importantes e inteligentes demais todos lá formados, filósofos estudados na faculdade que dão lá aulas (e que eu pensava mortos!), etc."; não raras vezes, finalizadas com um ressabiado "Também acho que não quero ir". E pronto, mentirinha aqui e ali, acabou por convencer-me também a mim de que, se não houvesse Sciences Po para ninguém, não fazia mal, porque afinal, pffff, Paris não me interessa nada.
E ontem desmoronou-se-me a Muralha neurónica da China em França, de momento em Portugal, quem sabe, para sempre em Portugal e, por vezes, noutro lugar qualquer. Recebi um mail de Sciences Po. Pensava que era O mail de Sciences Po. E ele começava com a seguinte frase:
"J'ai le plaisir de vos informer que...". Ora ora, quem diria que a Margarida apática ia começar a tremer de felicidade por todos os lados e que ia perder o controlo da voz? Se a senhora tinha o prazer de informar-me de algo, supus que fosse de uma coisa boa. Claro que nos meus pensamentos mais refundidos, naqueles que se escondem no estômago, não sei se é bom entrar. Mas a senhora tem o dever de julgar que sim, que eu não tenho medos, que não tenho dúvidas, que sou uma máquina transformada em caracteres sustentados por códigos html, que chegaram em PDF ao ecrã do seu Dell.
Mas não. E isto, isto eu considero o cúmulo da burocracia. Pois o meu mail dizia que eu estava na lista dos admissíveis (traduzido: que eu estava na lista dos que não são estúpidos ao ponto de entregar dossiers incompletos). Fiquei a saber que continuo a poder ser admitida. Só que disso eu até já sabia. O que fiquei mesmo a saber é que quero muito ser admitida. Essa foi a grande novidade. E agora? Agora, Margarida, vais ser looser se não entrares. Oh yeah, acho que vou já comprar os Xanax.
Tic-Tac...

7 comentários:

Anónimo disse...

Não, Margarida, vais ter mesmo "le grand plaisir d'entrer en Sciences Po", mas mesmo que tal não acontecesse, nunca tu serias "looser". A forma como desmistificas as ânsias e os medos que passam por todos, nas vésperas de hipotéticas realizações, revela bem o teu grau de capacidade para vires a ser vencedora na batalha da vida. Como diz a tua mãe, tu tens uma estrelinha.

Fátima disse...

AAAAAAH até eu fiquei toda nervosa com isso! quero mesmo que entres =) depois vou visitar-te e sonhar fazer o mesmo...

Anónimo disse...

Se eu consegui entrar na Autónoma de Barcelona q tem filas de espera q se alongam por anos e blá blá blá pq q tu n hás de conseguir entrar em SciencesPo em Paris, onde a taxa de sucesso dos candidatos é de 15%? mais bien sur que vais!
vamos conquistar a Europa ma cherie! ;P

Ricardo disse...

Não sei se foi por teres feito este post na minha presença e no meu computador mas este texto é a maior prova de maturidade que demonstraste ao longo destes meses de comunicação mental com os teus admiradores, Margarida. Eu sei que vais entrar, não tens idade para xanax. Tens um anjo bom que te protege e guia na vida... nunca o esqueças!

Anónimo disse...

VAIS ENTRAR! eu tou a fazer os vodoos todos! vais entrar, vais entrar, vais entrar! e vai ser excelente! e vive la france!

pronto, tanto pensamento positivo há de ajudar!

Ricardo disse...

... mas se algo falhar na admissão é porque é outra a tua missão. Há que saltar o obstáculo e seguir em frente.

Ricardo disse...

Não falhou. Acertaste na mouche!