sábado, 21 de fevereiro de 2009

Le Troisième Lieu

A fotografia não é minha
"Estamos no Troisième Lieu, toda a gente conhece!". Toda a gente menos eu, pelos vistos, portanto, pelo sim pelo não, procuro a morada na internet. Dá para ir a pé. De noite, passamos pelo Beaubourg. Pela primeira vez desde há algum tempo, a noite adivinha-se boa, pelo que o Beaubourg se torna ainda mais bonito que a Torre Eiffel. Merece uma fotografia. Duas, três, quatro, vivia o optimismo de tirar fotografias à noite! Já estão a reciclar. Não esá frio, não está a chover, não está a nevar, não há muitos mitras na rua. O meu coração esbanja alegria.
O bar não podia ser encontrado com mais facilidade. 62, rue Quincampoix, tão preciso, tão perto de minha casa, com um ar tão íntimo... e cá fora a fumar estão mais miúdas que homens, o que é bom sinal, porque nenhuma de nós gosta de muitos homens nas discotecas. Entramos. A música é fixe, as bebidas são baratas (algo extremamente raro em Paris), a senhora está a pegar fogo ao balcão e a gritar lá em cima, pelo que eu tenho um ligeiro ataque de pânico (a ASAE não permite estas coisas!). As meninas têm todas cabelo curto. E afinal não há mais meninas que rapazes: SÓ há meninas. O que também é desagradável. Mas os meus olhos seguem o fogo, não vá aquilo sair do balcão e incendiar o lugar todo, ou pelo menos a senhora que está a gritar e a dançar lá em cima, que não sonha o risco que está a correr! Mas a voz da Carolina acorda-me da tragédia que começa a ganhar contornos na minha cabeça: "Isto é um bar de fufas". De facto é.
Não deixa de ser interessante, mas pelo sim pelo não, depois de ficarmos um bocadinho e de nos informarem de que "Isto não é propriamente um bar onde se vem conversar", decidimos ir embora. Desta vez para os lados na Notre Dame. Com protecção Divina e cerveja a 8 euros.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sol de Inverno


Acho sempre fantásticas estas pessoas que têm espasmos de boa vontade e que se propõem a fazer algo que depois não continuam. Essas pessoas são, por exemplo, o meu blog. Tem umas fotografiazinhas sobre Paris, para ser fashion, mas só tem textos sobre Lisboa.
Quando criei o blog, a primeira reacção foi APAGÁ-LO IMEDIATAMENTE DA INTERNET, PORQUE SE UM DIA ACONTECE NÃO TER NADA PARA ESCREVER, AS PESSOAS VÃO PENSAR QUE EU SOU BURRINHA E QUE NÃO TENHO IDEIAS E QUE SOU DAQUELAS PESSOAS QUE NÃO... então apaguei o blog. O resto da história não é interessante, porque o blog foi criado, está aqui, embora seja ligeiramente mal formado, por não cumprir promessas, mas pronto, está na Internet, era o que ele não queria, mas está.
Acontece que o E SE UM DIA... aconteceu. Durante uns meses. Primeira tentativa falhada. Vamos lá a uma segunda, então. Estivemos a dar um tempo. Foi uma expressão bastante usada no meu nono ano. Era a chave para tudo, "dar um tempo", rejuvenescer, voltar a fazer o pino-flor a sete em vez de ir dar beijos no namorado, que horror. Mas Margarida, já não estás no nono ano. E, sobretudo, esquece o pino-flor. Too much para um corpo sedentário como o teu.
Afinal, há sempre muita coisa para contar. E embora ultimamente a minha vida se tenha passado no comboio, no metro, e numa empresa que parece aqueles barracões que estão ao lado dos prédios em construção (servem, geralmente, de escritórios e casas de banho) em versão gigantesca, há sempre maneiras de a tornar interessante. Claro que não digo o que faço, porque para além de poder comprometer o meu salário no final do mês, creio que há determinadas coisas que nem o melhor escritor do mundo poderia tornar interessantes.