Mulher que é mulher sonha com bolsos no vestido sexy, para não ter que carregar a mala a noite toda. Mas se o vestido sexy tivesse bolsos, depressa deixaria de ser sexy. Carteira gigante, telemóvel, sapatos, maquilhagem, perfume, garrafinha de água, espelho, enfim, entre muitos outros objectos totalmente indispensáveis. Ora, não quero pensar no tamanho que as minhas ancas adquiririam com tanta tralha enfiada naquela zona. Assim, a mala torna-se o objecto indispensável por excelência.
Quanto aos bengaleiros das discotecas, quando os há, estão totalmente fora de questão: são caros. Mas como a mala não pode ficar nos ombros, das duas uma: ou fica com o/a amigo/a que não gosta de dançar, ou fica exactamente no chão, à frente dos pés, no meio da roda onde as donas se divertem. Não gastem, portanto, o dinheiro em Furlas ou Lanceis para sair. Desperdício.
Devido a esta necessidade feminina de trazer a casa-de-banho atrás quando sai à noite, surgiu, por evolução genética, a dica de engate ideal. Passo a explicar: um rapazinho, geralmente alcoolizado, surge cambaleante do meio dos amigos e junta-se à roda feminina. Estica os bracinhos e as mãozinhas em direcção ao monte de malas, vai esfregando as mãos uma na outra e lança a seguinte exclamação: "Eh pá, com tanto cabedal (!) não sei como é que isto aquece tanto". Quanto à semântica da frase, embora não seja totalmente coerente (note-se que a palavra cabedal só foi introduzida para dar à premissa aquele belo sentido metafórico, já que, para além de as malas não serem de cabedal, não existe qualquer relação entre cabedal e não-aquecer), enfim, quanto à semântica muito geral da frase, há que imaginar que as malas são uma fogueira e que o rapazinho precisava de aquecer as mãos.
Totalmente despropositado. Nas discotecas nunca está frio e se houvesse fogo nós não estavamos ali. Daí que a dica seja inadequada. Falem outras línguas. Perguntem "Do you speak english", "français" ou "italiano". Vão ao ginásio durante a semana. Digam qualquer coisa vulgar como "és gira" ou "danças bem". Mas por favor, não nos ofendam as malas!
5 comentários:
ah ah ah eu n ouvi essa dica! só vi que de repente um indíviduo cambaleante estava a "aquecer as mãos" nas nossas malas!
eu voto nas dicas originais, por exemplo, a seguir ao da fogueira de malas veio um que disse "o meu amigo fala com pinguins e tem nacionalidade da antartica!"
e a conversa até funcionou até ele nos começar a atirar biquinis da Bravo e a esconder-se na ponte da estação para nos assustar...
pensando bem, não obstante ter sido uma grande noite, foi um tanto ou quanto pavorosa foi...
No meu tempo, ou seja, há muito, muito tempo, a malta levava o dinheiro dentro do sapato e não precisava de andar de mala. Havia até quem usasse outros subterfúgios como esconder a massa no slip ou ainda mais para lá. Quanto a piropos, esse do «gira e boua» já é um pouco antiquado pois está associado aos helicópteros nortenhos.
Os marsupiais é que escapam a esse problema. Mas o facto é que também não vão às discotecas.
Mas deve haver outras hipóteses de adaptação da moda à circunstância, vê lá se crias um modelo, simultaneamente prático e elegante...
LOOOL parece que o cubo foi divertido!!!! mas sim, essa dos bebados a aquecer as mãos numa fogueira imaginária já tinha visto :P
Enviar um comentário