Passem os olhos pela novela brasileira da SIC onde as meninas passeiam os seus corpos de Garota de Ipanema, quase sem roupa. Sintam-se gordas, feias e com a depilação meia por fazer. E usem o sentimento a vosso favor. Tirem da gaveta os calções de desporto com cheiro a mofo, a t-shirt do Gil que compraram da Expo 98, a meia branca da raquete e vão exercitar os gémeos.
Foi o que decidi fazer desde há uns tempos para cá (... duas semanas), quando me disseram que AINDA não posso fazer desporto com os braços. Nunca na minha vidinha me passou pela cabeça que o não poder fazer desporto me fosse causar algum problema. Se há alguém para quem o desporto funcionou, durante muitos anos, como uma experiência bastante traumática, sou eu! Mas o ser humano em versão adulta (cof cof) tem caprichos tão infantilóides, que quando o médico diz "nada de desporto com os braços", ele responde "então toma lá, que vou fazer esse desporto que nunca quis fazer, com as pernas".
E não é que funciona? Desde há umas semanas para cá, o paredão de S. Pedro ganhou uma Margarida que fica a arfar aos dez minutos de corrida e que solta todo o tipo de coisas nojentas do nariz aos primeiros três. E que não consegue suar de maneira nenhuma, porque fica cansada muito tempo antes. E que chega com as mãos aos joelhos nos alongamentos. Mas que está a melhorar a olhos vistos!
Além disso, o paredão de S. Pedro é especialmente magnífico. Quase vazio, à parte da senhora que passeia o salsicha, do rapaz que também vai exercitar os gémeos (e que leva um aparelho no braço para medir as pulsações) e do casal de namorados que fica sentado nas rochas, acompanhado pela vista mais bonita de Portugal e arredores. Dois pequenos "senãos": os carros que apitam na marginal, que parece que estão constantemente prestes a ter um acidente (que culminaria em cima de mim) e o chão de terra batida. De resto, posso assegurar-vos de que este paredão, mesmo nos dias de chuva, ultrapassa qualquer Holmes Place (não que já tenha frequentado algum, mas não sou muito favorável à ideia de ginásio).
6 comentários:
Parece que finalmente vamos rever a Margarida com aquela capacidade que tinha de pequenina de se dobrar e desdobrar que mais parecia uma borrachinha (quando conseguires morder o dedo do teu pé grande estarás em forma). Gostei especialmente da do rapaz que vai exercitar os gémeos - como é que se faz? O rapaz fica parado a olhar embasbacado para ti e a dar ordens aos dois irmãos mais novos? Espero que pelo menos seja bem educado!
Que bom que exercites o corpo - gémeos que sejam, até é melhor em duplicado - mas com implicações sobre os restantes. Eu por mim, para não arfar, mesmo sem corrida - que para arfar basta-me uma caminhadazita até à Marisqueirinha, para a bica pós-almoço - sentar-me-ia logo na primeira esplanada, a olhar "a vista mais bonita de Portugal e arredores" ou a ler qualquer obra enriquecedora da minha intelectualidade, indiferente ao galgar dos tecidos adiposos, pelos gémeos, bíceps e todos os mais com orgulho e sem complexo. Que as pessoas ventrudas é que se impõem - quando são altas, é certo, infelizmente, como o director dessa tua escola, aquele que desconhecia o nome da aluna premiada, do clarinete, e que nem um programa facultou do vosso belo concerto do dia 5, aos assistentes maravilhados com o vosso espectáculo.
Olhando atentamente para a foto, verifiquei que não estás em cima dos calcantes. Será que o buzinão que vem da marginal não é senão um protesto pelo odor ;) que sai das sapatilhas? Se se reparar bem as mesmas estão num terreno árido, falho de qualquer intenção de vida, à beira de um laguinho a esverdear.
eu estive quase a dizer que ia passar a ir ctg... e depois desisti
Muito Bom! Beijinhos e bom exercicio!!
na altura da faculdade eu gostava de sair no estoril e andar até cascais, onde depois apanhava o autocarro. foi muito giro durante...2 semanas...depois fartei-me
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