Olhando para esta imagem, respondam-me: qual destes é o macho? O da esquerda ou o da direita? Já está, já pensaram? Já têm a resposta? Sim? Ok, então agora respondo eu: é, sem qualquer sombra de dúvida, o da esquerda. E garanto-vos que não andei de gatas a espreitar as zonas íntimas destes peluches. É que não é preciso, uma vez que, se repararem bem, isto não são tartarugas, de modo que há um pequeno pormenor que diferencia o macho da fêmea: os chifres, cornos, pauzinhos, antenas, como queiram chamar-lhes. Estamos, portanto, perante um carneiro e uma ovelha.
Pois então queiram explicar-me, porque é que ontem, quando vos comuniquei aquela bela frase proferida pelo atrasado mental que viu o Batman ao meu lado (direito, porque o rapazinho que estava ao meu lado esquerdo, o meu namorado, até é bastante simpático), o nosso magnífico corrector automático me propôs substituir "cornudo" (palavra que não reconhece), por "cornuda". Porque cornuda é coisa de mulher? Assim no sentido figurado da coisa?
Sim, vá, indignem-se lá só um bocadinho. Já está? Sim?
Pronto, mas não há nada que saber. Corrector automático tem sempre razão, não queiram armar-se em espertinhos: Cornuda é um peixe seláquio da família dos Carcáridas, raro em Portugal (lá está, por isso é que eu nunca tinha ouvido falar... pacóvia).
Então e nós, seres humanos há pouco indignados? Onde está a nossa razão? A indignação não é uma coisa que se esvaia assim tão facilmente! Há que refutar. Se bem que neste caso nem é preciso ir procurar inspiração aos apontamentos de retórica (ainda bem, porque aí devem estar duas linhas toscas, escritas em seis meses) ou aos confins da Grécia Antiga. A nossa razão está no facto de este peixe também ser conhecido por Cornudo! Cornudo é o macho! E agora? An? E agora, senhores da blogspot, voltamos à estaca zero. Eu cá acho que há discriminação.
6 comentários:
ahah as coisas que tu descobres =)
Isso é porque tu tu não vais aos sítios certos. Como estás de férias, limitas-te a esses correctores machistas, mas se fores aos bons dicionários da tua mãe encontras as várias versões, que todas têm a ver com o latim "cornutus", m., f. e neutro, por isso sem discriminações. Tens o adj. cornudo/a, tens o substantivo cornudo com os sentidos próprio e figurado e ainda aplicável ao mafarrico, e tens os dois substantivos cornuda e cornudo referentes ao tal peixe-martelo. Mas podes enviar o teu texto para os senhores da blogspot para não ficares com essas ideias macambúzias da discriminação, que foi erradicada do planeta, podes crer, Ana. Como a tuberculose.
A Margarida endoideceu, pronto.
Tanta inspiração à volta de tão pouco, Margarida. É claro que, cada vez mais, terás que acrescentar palavras ao teu corrector ortográfico do Word. Ao ritmo a que se inventa linguagem através de SMS's, qualquer dia tens o disco rígido cheio de novos termos. Aí só há uma solução - pões os cornos a esse computador que tens agora e compras um com maior capacidade.
olá Ana (eu sei, eu sei que aqui és Margarida, mas eu sempre te chamei Ana... ) :-)
surpresa agradável este teu blog... uma lufada de ar fresco... bom, não vou comentar o texto ultimo que publicaste, mas como o título é "Quem é quem", deixo-te a surpresa... para saberes quem sou, dá um salto a http://intuicaoalfa.no.sapo.pt
e daí... se não descobrires logo... tens links! ;-)
parabéns pelo blog, pela iniciativa, pelos conteúdos, pelas fotos... gosto de tudo... numa proxima visita farei comentários a algum texto, se mo permitires, claro!
bjs
Ó Ana, lembrei-me agora de uma frase que o teu avô captou, naquele tempo das frases hilariantes da lendária terra onde se formou: "Si tutti cornuti, a Roma, avevano un lampione sulli corni, ah madonna mia, che grande iluminazione!" (Não sei se com erros ortográficos, desculpáveis com qualquer Acordo permissivo).
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