terça-feira, 8 de abril de 2008

Pequeno momento de solidão


“Olá” é a palavra mais ouvida aqui. Olá, beijinhos, o sorriso simpático, o não te via há tanto tempo, o ar espantado porque emagreceste IMENSO, o tenho que ir levantar dinheiro, o então vamos tomar um café.

Vem aí. Já se vê ao longe, mas é constrangedor olhar. Baixa-se a cabeça, tenta-se um sorriso para o chão. Arruma-se o mp3 na mala, balança-se o corpo para a frente, olha-se pensativamente para o lado enquanto se põe os pés no chão. Outro sorriso vai-se aproximando de mãos nos bolsos. Surge o Olá. E desce-se a rua acompanhado.

Mas não hoje. Hoje toda a gente fugiu. Hoje a calçada atravessava o muro do metro e continuava para além dele. E as botas novas escorregavam. Hoje ninguém esperou por ninguém, porque o guarda-chuva só tem lugar para um.

6 comentários:

Anónimo disse...

Temos que reservar um dia para esses passeios. Aliás, já se torna urgente "ir aos croissants com chocolate", não te parece?

P.S. O meu chapéu de chuva tb anda solitário

Fátima disse...

tens um blog mesmo maga... =')
e por maga quero dizer: querido...adorável

pronto, chega de lamechices lol

Anónimo disse...

Eis o meu momento de solidão - "Uma vez, à noite, levantei os olhos e vi o céu abrir-se como uma imensa cortina, durnate meio minuto. Senti um profundo prazer: Está Tudo Bem. Está Tudo Certo. De imediato a cortina cerrou-se e surgiram as estrelas, as mesmas de sempre, e eu, na escuridão." - Uma Aventura do Espírito
Um beijo - AJS

Anónimo disse...

"Hoje ninguém esperou por ninguém, porque o guarda-chuva só tem lugar para um." Ui que fraze, tas lhe a dar nos blogues ;) beijinho*

Anónimo disse...

Estou muito triste: tive de oferecer o meu guarda-chuva que estava na bagageira do carro à minha colega que me emprestara o dela porque estava a chover e eu, toda molhada, não tinha o meu. Roubaram-me o dela, que deixei encostado à roda do carro, enquanto fumava lá dentro o cigarro transgressor e cada vez mais maldito. Ofereci-lhe então, honestamente, o meu. Sinto-me só,agora, sem o meu guarda-chuva de dois lugares...
Um beijinho da tia Paula

Ricardo disse...

Olha, encontrei um texto teu sem um comentário meu. Como não uso guarda-chuva e também não me abrigo dela, quando chove ando sozinho na rua. Já assisti a mais acidentes de pessoas que tentam fugir a uns pingos do que das que não se abrigam. Ainda sou do tempo em que na novela a Gabriela dizia: - Chuva não tira pedaço, seu Nacibe!