sexta-feira, 25 de abril de 2008

Picles


Não, não vou falar dos legumes enlatados que sabem a vinagre.

O Picles é este ser simpático da fotografia. Tem as pernas da grossura dos meus dedos, o pêlo encaracolado na cabeça e dá-me pelo tornozelo. Mas nada disto foi suficiente para me fazer compreender que o Picles não sou eu.

É que ontem, o Picles passeava algures na rua atrás de mim, pelo que não dei por ele. Claro que o Picles, como todos os cães, faz constantes pausas pelo caminho, arregala o nariz e cheira. Cheira eternamente, se ninguém o chamar.

A questão é que (e esta é a grande incompatibilidade entre o homem e o cão) não há dono que se preze que não grite com o cão sempre que ele pára para cheirar. Eu até compreendo o Picles. Um animal que tem os olhos à altura do meu tornozelo tem que utilizar outros sentidos!

Foi talvez por compreender bem o cão que quando o senhor à minha frente se virou na minha direcção e gritou "Eh pá, oh Picles!" eu respondi: "Diga...?". Felizmente, o senhor, pessoa sensata, fingiu que não me ouviu. Entretanto, a minha cara quase deitou fumo de vergonha.

5 comentários:

Fátima disse...

eu diria que andas um pouco confusa. ahaha

Fátima disse...

(ps - este texto tá mesmo giro =))

Ricardo disse...

O Lord também cheira mas eu não grito com ele. Acho que cheiramos os dois - ele a natureza e eu aspiro o fumo do cigarrito. Se quiseres posso emprestar-to para tomar conta do Picles.

Anónimo disse...

E respondeste muito bem!... Foi a boa educação que te demos. Sabes lá os malucos que para aí andam... Eu falo a todos que falam sozinhos ou com os seus equipamentos, na rua, penso sempre que estão a falar comigo e que sou eu que não estou a perceber o filme...
Quanto ao fumo, deixa lá... é normal neste país, andamos todos ao mesmo!
Boas aventura por aí.

Ale disse...

ah ah ah margarolha picles! lindo!